“...E, se somos filhos, somos também herdeiros; herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo, se com Ele sofremos, para que também com Ele sejamos glorificados.” Rm.8.17

RESUMO

A noção de que Deus é o nosso Pai se tornou parte da nossa vivência e imaginário. Tão comum a ponto de ouvirmos em diversos setores da sociedade a frase: “Eu também sou filho de Deus...”.
A grande questão é: Será que realmente temos consciência do que representa e do que é ser um filho de Deus? O apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos no capítulo oito chama a nossa atenção para alguns aspectos dessa filiação. Tanto no que diz respeito ao que se espera de nós como filhos, quanto à graça, o favor que nos alcançou por meio da adoção, nos tornando parte da família de Deus.

“Pois todos que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” Rm.8:14.

As Escrituras estabelecem uma evidência clara para o reconhecimento de alguém como filho de Deus, ser guiado pelo Espírito. Nossa filiação está conectada com o quanto estamos dispostos a viver em obediência e fidelidade, assim como o próprio Jesus diz em João 15:10 “Se vocês guardarem os meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço”.

“Porque vocês não receberam um espírito de escravidão, para viverem outra vez atemorizados, mas receberam o Espírito de adoção, por meio do qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito confirma ao nosso espírito que somos filhos de Deus” Rm.8:15-16.

Não somos mais escravos dos nossos medos, erros, pecados passados que nos prendiam. Através do Espírito de adoção somos lembrados constantemente de quem nós somos no Pai, não mais escravos, somos filhos.
A metáfora da adoção usada pelo apóstolo Paulo é linda porque ela trás o entendimento de uma nova vida a partir dali, ou seja, com a nova filiação o Pai tem total autoridade sobre esses seus filhos, que por sua vez, assumiram a identidade dEle.

“E, se somos filhos, somos também herdeiros; herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo, se com ele sofremos, para que também com ele sejamos glorificados.” Rm.8:17

Nossa filiação por si só já é um motivo de sermos gratos eternamente, mas o Pai ainda recompensa àqueles que abraçam a jornada e aceitam viver segundo o Seu propósito.

Somos apresentados como herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; e nesse aspecto somos levados a olhar para as recompensas da Era Vindoura, a redenção dos corpos, reinar com Cristo. Todos esses pontos são válidos e maravilhosos, devendo sim estar em nossos corações de forma viva, mas, sem perder de vista que, “...se com Ele sofremos...” é um convite para abraçarmos todo o processo de uma vida obediente ao Pai, com suas aflições, dificuldades, sofrimentos e nos gloriarmos. Assim como Jesus, que em momento algum rejeitou ou pulou os processos para obter sua herança.

“Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus. Pensem bem naquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem desanimem.” Hb. 12:1-3

Somos chamados a viver uma vida segundo o Espírito, que nos direciona a toda verdade (Jo.16:12) em obediência ao Pai e assim somos conhecidos como filhos de Deus. Não somos mais presos ao pecado, nem ao que passou, mas, a partir da nossa filiação/adoção, através da cruz, uma nova identidade nos é dada, agora fazemos parte da família de Deus, pertencemos a Ele que nos convida a viver de maneira digna do nosso chamado (Ef.4:1-3).
Temos nossa recompensa/galardão no Senhor e isso é garantido pelas Escrituras, somos coerdeiros com Cristo e tudo isso tem um peso de glória eterna, mas nunca podermos perder de vista que nossa maior herança é ELE. (Sl.73:26)

“Assim, você já não é mais escravo, porém filho; e, sendo filho, também é herdeiro de Deus”. Gl.4:7.